A Caminhada de Conscientização do Autismo reuniu uma gama de niteroienses empenhados com a causa, na manhã deste domingo (7). A ação iniciou concentrada próximo ao recuo de guarda, na Praia de Icaraí, na Zona Sul de Niterói e seguiu até o Museu de Arte Contemporânea (MAC).
O mês de abril é voltado para ações de conscientização acerca do espectro autista. Neste ano, não foi diferente. A Caminhada de Conscientização realizada na cidade-sorriso, aconteceu por intermédio dos coletivos A Casa Atípica, Realize Estratégias, Pais Além do Espectro, Autismo Niterói Trocas e Mamma Comics. A ação recebeu o apoio da Prefeitura de Niterói e de clínicas de tratamento.
Eu já até chorei pensando como que isso aqui é importante. Quando eu descobri o autismo do Ítalo, ele tinha só três anos e a gente não tinha muita noção. Eu falava: ‘Eu tenho que conhecer mães daqui de Niterói’ e hoje estar aqui e ver esse engarrafamento, eu estou adorando! Porque significa que tem muita gente lutando pela causa. Glauciane Goulart, 45 anos., Mãe de autista
Caminhada do Autismo 
André Oliveira é pai de uma menina autista 
Glauciane Goulart e Ítalo Gonçalves 
A dupla Fernanda e Pitel, ex-participantes do BBB 24, também marcaram presença na caminhada. A niteroiense é mãe de Marcelo, uma criança autista.
As mães e pais atípicos compuseram uma multidão engajada com a causa. Além da caminhada, com faixas e camisas estampadas pela Campanha, a ação também realizou arrecadação de alimentos não perecíveis.
Conforme a advogada e uma das organizadoras do evento, Jésika Marchette, cerca de 140 kg de alimentos foram recolhidos em troca de camisas. As roupas foram estampadas com o lema "Valorize as capacidades e respeite os limites.’’
‘’A gente precisa sensibilizar toda a população porque, às vezes, nosso filho entra em crise dentro do supermercado e a pessoa não entende o que está acontecendo ali. Olha como a gente é numeroso aqui dentro da cidade de Niterói.’’, afirmou orgulhosa.
A atividade também contou com distribuição de suco e brindes. Para o pai atípico André Oliveira, de 41 anos, a participação das famílias é primordial em eventos de conscientização:
‘’Tem cada vez mais adeptos entendendo o momento que a gente está vivendo como mundo: A inclusão do autista. E que a gente possa cada vez mais abrir as portas para eles, porque eles são seres humanos como nós, eles conseguem ser independentes como nós. E é por isso que a gente tem as terapias que são feitas diariamente na rotina da criança.’’, contou.
Conforme o empresário, sua filha foi diagnosticada com autismo nos primeiros anos de vida.
‘’A gente conseguiu diagnosticar a Manuela com 1 ano e meio. A partir daí, a gente começou a procurar ajuda. Entramos na rotina de terapia e a gente viu um desenvolvimento muito grande. A Manuela não falava com 1 ano e meio e a partir daí, ela começou a falar, a desenvolver e hoje ela já está na escola.''
Ainda segundo André, no momento do diagnóstico, o primeiro sentimento foi o de negação:
‘’Toda vez que um pai e uma mãe descobre o diagnóstico de autismo, geralmente existe um luto. E você não quer aceitar aquilo, geralmente o pai, a mãe já começa a ficar mais desesperada procurando ajuda. Mas isso é preciso ser tratado em família, precisa ser tratado junto, para que possa dar o desenvolvimento e o apoio necessário pras crianças.’’, contou.
A ação seguiu até o Museu de Arte Contemporânea (MAC), no Ingá, onde foi finalizada. O evento foi acompanhado por agentes da Guarda Municipal e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
O Espectro Autista
A caminhada aconteceu em prol da conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA), comemorado anualmente no dia 2 de abril. Conforme o Ministério da Saúde, o autismo pode ser entendido como uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal.
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